O processo de falência e depressão

O processo de falência e depressão

     Já é de senso comum que em um mundo empresarial e em qualquer empreendimento é necessário ter vontade de trabalhar, propósitos, perseverança e liderança quando se trata de alguém autônomo, comerciante ou empresário industrial.

      A pessoa envolvida com seus processos de trabalho, deve se dedicar ao seu negócio com tempo e envolvimento pessoal. Um negócio próprio é tocado com inspiração, mas também com muito trabalho, dedicação diária, por vezes por muito mais horas do que consensualmente se vê como previsto para o próprio colaborador, ultrapassando de 40 a 44 horas semanais como previsto em legislações trabalhistas brasileiras atuais, sendo que o dinheiro é a conseqüência como resultado desse trabalho além do pouco tempo de descanso por tanta dedicação ao trabalho podendo ser um fator para o aparecimento de depressão.

Primeiramente temos que entender o que é o conceito de depressão. 

   A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores: serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina, são substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também podem estar envolvidos.

     Outro aspecto que temos que levar em consideração é que inversamente ao que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes são as conseqüências e não a causa da depressão mas não nesse caso, pois processos de falência estão mais relacionados com questões econômicas do que fatores psicológicos.

    Todo empreendedor tem características pessoais de boas habilidades em negociações e tem por comportamento característico o desejo por um sonho complexo e geralmente ligado a ambições financeiras. Para isso é necessário uma das características principais a perseverança! Manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar os limites de suas possibilidades, buscando metas viáveis até mesmo em situações adversas a questões econômicas, políticas sociais.

     Mas nem sempre todas as condições adversas podem ser dominadas até mesmo para o sujeito mais empreendedor perseverante existente, muitos por perdas consecutivas de contratos na empresa, por fatores econômicos e sociais alheios a sua capacidade de administrar vem entrando em depressão a partir do momento que a economia financeira da empresa deixa de girar.

Diante de um processo de falência, de fechamento de uma empresa, existem certos sinais mais claros de que a pessoa vai entrar em um estado depressivo.

Todo processo de falência é um fator estressor. O estresse pode precipitar e ter como conseqüência a depressão em pessoas com predisposição e isso pode vir de forma ainda mais acentuada, provavelmente é a genética que pode ser pontual devido à pressão e quantidade de responsabilidades que recaem sobre uma pessoa em processo de falência.

Afinal são famílias inteiras que deixarão de estar recebendo seus vencimentos no final do mês relacionadas aos funcionários que não terão onde voltar a trabalhar no dia seguinte além das preocupações fiscais, tributárias, administrativas e da família do administrador em processo de falência.

A prevalência da depressão para população em geral é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida, e geralmente será por fatores estressores sejam de ordem profissional ou pessoal.

Como sinais e sintomas comum da depressão aparecem: sentimentos de desamparo e desesperança, perda de interesse em atividades diárias, alterações nas atividades diárias, alterações de peso e apetite, sono insônia ou em excesso, irritabilidade, ansiedade ou inquietação, perda de energia, problemas de concentração, dores inexplicáveis, sentimentos de inutilidade e culpa.
     Para tratar a depressão oriunda de uma falência, perda de bens e de dinheiro, existem várias maneiras e formas de trabalhar com isso, sendo que sempre é possível dar a volta por cima.

Entre as boas notícias sobre isso é que existem caminhos na busca para superar a depressão. E todos podem ser válidos e irão variar de pessoa para pessoa. Alguns são úteis para um tipo de pessoa enquanto outros são úteis a outras pessoas que irão variar muito principalmente quanto à personalidade de cada indivíduo, grupo de apoio e aderência ao tratamento.

No âmbito dos conhecimentos da psicologia foram desenvolvidas muitas técnicas a serem recorridas pelos profissionais da área que analisou o paciente na busca da cura para sua depressão.

Conforme o perfil da pessoa, o jeito de ser e estilo de vida de cada um o psicólogo opta por caminhos que podem auxiliar a encontrar a saída para esse mal que causa tanta dor emocional.

Algumas técnicas não “curam” depressão. Mesmo que familiares passem horas tentando dar conselho e reanimar a pessoa com sintomas de depressão dificilmente desaparecerão.

Conselhos de senso comum de pessoas próximas que tentam ajudar dizendo que se deve olhar o mundo de forma menos pessimista, ou pessoas que passam horas ao lado do que sofre por depressão relatando tudo o que há de bem em sua vida e tentando convencê-lo de que não tem motivos para se sentir mal entre outras atitudes que vemos de pessoas que querem ajudar por vezes não tem nenhum tipo de efeito.

Existem opções na psicoterapia, como por exemplo analisar as vivências do paciente com depressão, retomar situações vivenciadas podendo dar um rumo na identificação das causas da depressão durante um processo terapêutico.

O papel do psicólogo é ajudar procurando a identificação das causas, resignificando situações por meio de processo terapêutico. O psicólogo poderá dar um novo olhar para situações vividas e buscar um novo modo de considerar pessoas, sentimentos, objetivos, mudando o foco ou buscando novos significados de vida. Até mesmo trabalhando traumas que ficaram em cada um, durante o período de terapia. Analisar a forma como o paciente vem controlando sua vida atual também pode ser um dos fatores chaves na busca de soluções.

Um psicólogo normalmente auxiliará na identificação de novas formas de se buscar as rédeas de sua própria vida construindo novos objetivos, ou ressignificando objetivos para a saída da depressão.

Na maior parte das vezes a pessoa precisa é um acolhimento, sem conselhos, sem julgamentos, sem xingamentos, broncas etc... Apenas alguém que seja um bom ouvinte. Parece fácil! Mas não é nem um pouco.

Ao se dar oportunidade de falar sem interrupções na hora, sem críticas e julgamentos temos a oportunidade de rever a maneira como está se vivendo para dessa forma identificar novas formas de levar a vida.

Nesse momento o que mais deve importar é estar diante de alguém que possa oportunizar caminhos para ajudar a sair da depressão. Alguém que tenha opções e caminhos variados para adaptar o que melhor se encaixará com sua personalidade, jeito de ser e fazer. Conte com o psicólogo!

Aline De Negri Silva

PSICÓLOGA CRP 07/15597

PSICOPEDAGOGA ORGANIZACIONAL – especialista

Atua na área organizacional, recursos humanos, avaliação psicológica clínica e empresarial, atendimento clínico e empresarial especializado com atendimento em Clínica própria no município de Novo Hamburgo- RS.

Contato: aline.negri.silva@gmail.com Fone: (51) 8406 4406(51) 3066 4140.